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quarta-feira, julho 06, 2011

Deixar ir...


Sinto o tempo todo essa angústia, esse vazio que não se preenche nunca, algo que não quer passar...

Não sei o que é ou de onde vem, mas sei que me impede, me atrapalha e me prende ao mesmo lugar. Preciso continuar andando, meu caminho é imenso, tenho um longo percurso, aborreço-me estando aqui, mas não vou.

Quero desesperadamente ir, tento me levantar, sair, ensaio uma corrida, pego impulso, me preparo para partir em disparada, mas permaneço sentada...

Como se não houvesse um caminho ou como se estivesse esperando alguma coisa, algo que me levasse ou me deixasse ir, que me desprendesse daquela cadeira, daquela posição de inércia, que me soltasse, me arremessasse assento afora ou, quem sabe, me desse rodas.

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Pedras no caminho


“O erro foi só esse. Pensar que me acompanhavas, quando eu seguia sozinha.”

Essa frase não é, originalmente, minha. Nem a pretendo. Só não sei por que não me sai da cabeça. Penso que deve estar impregnada de algo que deveria ter sido dito, feito, posto pra fora, jogado na cara aos berros, vomitado, excretado ou arremessado bem no meio da testa... Mas não foi.

Talvez não se tivesse o conhecimento ou discernimento necessário ou nem se soubesse disso, da frase, do algo impregnado, do erro ou talvez não tenha sido um erro. Ou será que acreditar no óbvio é um erro? Terá sido? Melhor pensar que o caminho foi solitário a perceber que a companhia não fez o bem que deveria, não seguiu ao lado.

Ao invés disso foi na frente o tempo todo, colocando pedregulhos dentro dos sapatos para que machucasse os pés ou pedras no caminho, para que tropeçasse. Se refestelando enquanto assistia a tudo com um imenso prazer. As pedras, elas eram sempre movidas para longe sem especulações de onde teriam vindo, eram apenas pedras.

As pedras cumpriram seu papel

Elas atrasaram, machucaram, fizeram calos, arrancaram as unhas, derrubaram e desviaram o percurso por diversas vezes, mas algo insistia em dizer o contrário, que elas estavam sendo, na verdade, tiradas para não atrapalhar. Não havia como imaginar tudo isso, essa carga toda pendurada nos ombros, todo esse rancor, essa mágoa, tudo que fez tão mal a todos.

Oras! Isso poderia ter sido resolvido, perdoado, apaziguado ou ignorado, teria sido tão simples. Não precisava tanto, já que atrapalhava, bastava que tivesse sido tirado do caminho e nunca mais trazido de volta. Acho até que foi feito, só demorou muito.

Agora já não importa, nada mais pode ser colocado ou tirado. Todas essas pedras, pepitas, rochas, pedregulhos, sejam elas granizo, de afiar, polmes, filosofal, preciosa ou qualquer outra, todas elas feriram muito. Mas também curaram, serviram de degrau, de ponte, de defesa e até de enfeite.

As pedras ajudaram a chegar a vários destinos, a atingir diversos objetivos e a concretizar toda essa realidade, seja ela boa ou ruim. Não foram erros, nem acertos, nem boas ou más companhias, nem a falta delas, foram as pedras, malditas ou benditas sejam as pedras.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

A felicidade é um destino ou um caminho?

Coisas acontecem o tempo todo. Coisas boas, coisas ruins, engraçadas, estranhas ou apenas coisas da vida. O objetivo maior do ser humano, ainda que piegas, é ser feliz. Mas a pergunta é: A felicidade é um destino ou um caminho?

Com certeza as respostas iriam se dividir ou talvez alguns dissessem que ela pode ser os dois. Quem sabe a vida se tornaria muito mais interessante se pudéssemos saber que determinado dia poderíamos ser muito felizes. Como um curso qualquer, onde depois de despender (ou melhor, agregar) alguns anos estudando, ao final nos tornamos profissionais.

Por que com a felicidade não pode ser da mesma forma? Passaríamos algum tempo evoluindo para um dia nos tornarmos pessoas felizes. Ou será que já não é isso mesmo?

Pois é... Acho que para alguns ela se define dessa forma, e essas pessoas esperam e esmeram-se tanto para esse tão almejado momento que ele acontece, passa e elas vão embora sem nem perceber que foram felizes.

Para outros, entretanto, a felicidade é inerente, só falta permiti-la. Ela pode assumir várias formas ou ser muitas coisas. Para quem tem fome, ela está na saciedade, para quem tem sonhos, na realização, para quem tem saudades, na presença, se tem mágoas, na vingança e para quem ama, na recíproca. Ela também pode estar em momentos, às vezes um olhar, um toque, um telefonema ou até mesmo uma bronca pode causar felicidade. Pode ser contagiosa, dependendo do grau de intensidade que ela atinge. E tenho pra mim que é sua melhor face.

O grande problema é que só procuramos esse bendito estado de espírito naquilo que perdemos ou deixamos de ganhar. Naquilo que nos foi tirado. Ficamos sempre esperando arrumar um emprego melhor, ou encontrar um grande amor, ou comprar um carro novo, ou emagrecer, ou superar o que nos machucou. É! Nós gostamos de sofrer! E sofremos não pelo que nos acontece e sim pelo que gostaríamos que tivesse acontecido.

Nós depositamos a nossa meta de ser feliz nas expectativas futuras e, quando elas não são correspondidas, nos frustramos e nos dizemos infelizes. Não deveríamos medi-la pelo passado não acertado ou pelas ilusões projetadas, mas sim pelo que adquirimos, o que temos e por tudo que aprendemos.

Que bom seria se soubéssemos conviver com a felicidade ou se pudéssemos apenas aprender a aceitá-la, já que é onipresente. Ser feliz não é minha ambição, é minha inferência. E nem deveria ser a de ninguém. Pois coisas vão continuar acontecendo e a felicidade, como algo concreto a ser almejado, não existe, ela é mais uma parte do todo. Nós inventamos essa busca incessante e usamos como pretexto para não sermos felizes.