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segunda-feira, dezembro 06, 2010

Pedras no caminho


“O erro foi só esse. Pensar que me acompanhavas, quando eu seguia sozinha.”

Essa frase não é, originalmente, minha. Nem a pretendo. Só não sei por que não me sai da cabeça. Penso que deve estar impregnada de algo que deveria ter sido dito, feito, posto pra fora, jogado na cara aos berros, vomitado, excretado ou arremessado bem no meio da testa... Mas não foi.

Talvez não se tivesse o conhecimento ou discernimento necessário ou nem se soubesse disso, da frase, do algo impregnado, do erro ou talvez não tenha sido um erro. Ou será que acreditar no óbvio é um erro? Terá sido? Melhor pensar que o caminho foi solitário a perceber que a companhia não fez o bem que deveria, não seguiu ao lado.

Ao invés disso foi na frente o tempo todo, colocando pedregulhos dentro dos sapatos para que machucasse os pés ou pedras no caminho, para que tropeçasse. Se refestelando enquanto assistia a tudo com um imenso prazer. As pedras, elas eram sempre movidas para longe sem especulações de onde teriam vindo, eram apenas pedras.

As pedras cumpriram seu papel

Elas atrasaram, machucaram, fizeram calos, arrancaram as unhas, derrubaram e desviaram o percurso por diversas vezes, mas algo insistia em dizer o contrário, que elas estavam sendo, na verdade, tiradas para não atrapalhar. Não havia como imaginar tudo isso, essa carga toda pendurada nos ombros, todo esse rancor, essa mágoa, tudo que fez tão mal a todos.

Oras! Isso poderia ter sido resolvido, perdoado, apaziguado ou ignorado, teria sido tão simples. Não precisava tanto, já que atrapalhava, bastava que tivesse sido tirado do caminho e nunca mais trazido de volta. Acho até que foi feito, só demorou muito.

Agora já não importa, nada mais pode ser colocado ou tirado. Todas essas pedras, pepitas, rochas, pedregulhos, sejam elas granizo, de afiar, polmes, filosofal, preciosa ou qualquer outra, todas elas feriram muito. Mas também curaram, serviram de degrau, de ponte, de defesa e até de enfeite.

As pedras ajudaram a chegar a vários destinos, a atingir diversos objetivos e a concretizar toda essa realidade, seja ela boa ou ruim. Não foram erros, nem acertos, nem boas ou más companhias, nem a falta delas, foram as pedras, malditas ou benditas sejam as pedras.