Mostrando postagens com marcador destino. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador destino. Mostrar todas as postagens

sábado, abril 09, 2011

EngarrafaMente

Engarrafamento

Nunca havia discorrido sobre engarrafamentos. Não sei por que, é algo tão presente o tempo todo, talvez por isso mesmo. Mas como é inconveniente, merece ser “mal” dito.

Primeiro, entendamos o motivo de eles ocorrerem. Um engarrafamento pode desencadear por vários fatores, poderia ser um acidente, uma sinaleira com defeito, uma passeata, uma festa de largo, um grande evento nas proximidades, uma briga no trânsito, ruas estreitas, chuva etc.

Mas, sempre que houvesse uma explicação, ele seria aceitável, concordam? Atrapalha, incomoda, atrasa, irrita, mas há como aceitar por que houve um estopim, houve uma causa, um porquê.

Agora, e quando não há motivo? Quando você fica parado por três, quatro, cinco horas em uma droga de um engarrafamento, perde o seu compromisso e nem fica sabendo por que perdeu? Aí é de matar. Mas acontece.

Vamos ao ponto de ônibus, espera-se cerca de 30 a 40 minutos o bus chegar, com as pernas e pés encharcados da chuva (sim, está chovendo), pois o ponto mais próximo não tem cobertura e os guarda-chuvas não “guardam” direito. Ele chega, você entra e o trânsito flui normalmente até que aparece, do nada, uma fileira imensa de carros, ônibus, motos entrecortando a fila e afins. Um belo e comprido engarrafamento pra embelezar mais ainda esse dia.

O que fazer nesses momentos? Rezar pra acabar logo? Huuummm... Não. Xingar o motorista? Ofender a mãe do cobrador? Seriam passatempos relaxadores, mas socialmente incorretos e não se pode deixar que pequenas coisas nos tirem do sério. Você, então, pensa no que o terá causado e começa a procurar pistas.

Começa a temporada de vendas dentro do buzão

Entra o cara do Manassés, o baleiro, o vendedor de “cheirinho”, o de canetas, o de picolés, aquele que só pede, aquele que canta pra ganhar algum e ainda vende o CD, o palhaço que ajuda uma casa de caridade, o menino do incenso, o do bombom, das canetas com calendário, do chaveiro, do massageador de cabeça etc. E compre, viu? Dá pra fazer cara de “mau-humor” também que eles não te abordam, mas não é aconselhável.

E o engarrafamento lá, imponente, todo seguro de si, mas você ainda vai descobrir o motivo. Então você começa a prestar atenção nas conversas alheias - não tem nada pra fazer mesmo - são reveladoras, engraçadas, escabrosas, vixe!

Melhor pensar na vida

Nas contas, nos quilinhos a mais, nos chifres, naquele vizinho que acabou de se mudar, no que terá para o almoço, pensar em como seu corpo está doendo de ficar em pé se segurando com um braço só e sendo espremido pela superpopulação do coletivo ou em como você tem que se esquivar de todos os homens que passam atrás, para não ser bolinada. Sim, você é uma mulher num transporte público cheio.

O engarrafamento, por sua vez, não dá trégua, ele te castiga, te mostra quem realmente manda e você atento, vai descobrir sua origem.

Hora de concentrar-se na rua, no movimento, na bela paisagem, nos motoristas buzinando e ofendendo uns aos outros porque estão atrasados, nos pedestres que atravessam correndo na frente dos carros, no carinha “bafando” a bolsa da senhora e saindo correndo. Outra opção é jogar, ouvir música ou falar com alguém ao celular e torcer para que ninguém te roube.

Poderia até dar uma cochilada se estivesse sentado pra não precisar sentir o cheirinho de 60 pessoas enclausuradas em um ônibus todo fechado por causa da chuva. Só que não.

O engarrafamento não tem origem

Todas essas coisas podem ser feitas para esperar o engarrafamento esnobe, insuportável e irritante acabar e, finalmente, desvendar seu mistério, suas raízes. Mas ele continua no comando, ele veio, te infernizou o dia e foi embora quando bem quis, sem você perceber.

As pessoas vão chegando aos seus destinos, você chega ao trabalho estressado e com aquela dúvida que não lhe sai da cabeça, por que carga d’água esse engarrafamento começou? Ô inferno!!! E se promete: Ahhh, mas amanhã eu descubro!!!

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

A felicidade é um destino ou um caminho?

Coisas acontecem o tempo todo. Coisas boas, coisas ruins, engraçadas, estranhas ou apenas coisas da vida. O objetivo maior do ser humano, ainda que piegas, é ser feliz. Mas a pergunta é: A felicidade é um destino ou um caminho?

Com certeza as respostas iriam se dividir ou talvez alguns dissessem que ela pode ser os dois. Quem sabe a vida se tornaria muito mais interessante se pudéssemos saber que determinado dia poderíamos ser muito felizes. Como um curso qualquer, onde depois de despender (ou melhor, agregar) alguns anos estudando, ao final nos tornamos profissionais.

Por que com a felicidade não pode ser da mesma forma? Passaríamos algum tempo evoluindo para um dia nos tornarmos pessoas felizes. Ou será que já não é isso mesmo?

Pois é... Acho que para alguns ela se define dessa forma, e essas pessoas esperam e esmeram-se tanto para esse tão almejado momento que ele acontece, passa e elas vão embora sem nem perceber que foram felizes.

Para outros, entretanto, a felicidade é inerente, só falta permiti-la. Ela pode assumir várias formas ou ser muitas coisas. Para quem tem fome, ela está na saciedade, para quem tem sonhos, na realização, para quem tem saudades, na presença, se tem mágoas, na vingança e para quem ama, na recíproca. Ela também pode estar em momentos, às vezes um olhar, um toque, um telefonema ou até mesmo uma bronca pode causar felicidade. Pode ser contagiosa, dependendo do grau de intensidade que ela atinge. E tenho pra mim que é sua melhor face.

O grande problema é que só procuramos esse bendito estado de espírito naquilo que perdemos ou deixamos de ganhar. Naquilo que nos foi tirado. Ficamos sempre esperando arrumar um emprego melhor, ou encontrar um grande amor, ou comprar um carro novo, ou emagrecer, ou superar o que nos machucou. É! Nós gostamos de sofrer! E sofremos não pelo que nos acontece e sim pelo que gostaríamos que tivesse acontecido.

Nós depositamos a nossa meta de ser feliz nas expectativas futuras e, quando elas não são correspondidas, nos frustramos e nos dizemos infelizes. Não deveríamos medi-la pelo passado não acertado ou pelas ilusões projetadas, mas sim pelo que adquirimos, o que temos e por tudo que aprendemos.

Que bom seria se soubéssemos conviver com a felicidade ou se pudéssemos apenas aprender a aceitá-la, já que é onipresente. Ser feliz não é minha ambição, é minha inferência. E nem deveria ser a de ninguém. Pois coisas vão continuar acontecendo e a felicidade, como algo concreto a ser almejado, não existe, ela é mais uma parte do todo. Nós inventamos essa busca incessante e usamos como pretexto para não sermos felizes.