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domingo, janeiro 17, 2021

Uma noite, toda sua vida


Nunca fora uma princesinha, mas conheceu um sapo mesmo assim. Parecia-lhe difícil discernir os bons dos maus e foram tantos os elogios que, boba, caiu.

Era rechonchuda e as roupas quase nunca lhe caíam bem, achava. Queria sentir-se bonita, só isso. A indústria da beleza pode ser bem cruel. E foi.

Sozinha, apegava-se à sua pequena Ganesha, sempre pendurada com as chaves do cadeado da bicicleta e do armário da escola.  Acreditando não ter opção, aceitou.

Lembra-se somente de ter adormecido no carro dele. Atordoada, despertou com o orvalho frio sobre seu corpo inocente e desnudo. Ao seu redor, nada. Gritou.

Era tarde. Nada traria sua pureza de volta.