Nunca fora uma princesinha,
mas conheceu um sapo mesmo assim. Parecia-lhe difícil discernir os bons dos
maus e foram tantos os elogios que, boba, caiu.
Era rechonchuda e as roupas quase nunca lhe caíam bem, achava. Queria sentir-se bonita, só isso. A indústria da beleza pode ser bem cruel. E foi.
Sozinha, apegava-se à sua pequena Ganesha, sempre pendurada com as chaves do cadeado da bicicleta e do armário da escola. Acreditando não ter opção, aceitou.
Lembra-se somente de ter adormecido no carro dele. Atordoada, despertou com o orvalho frio sobre seu corpo inocente e desnudo. Ao seu redor, nada. Gritou.
Era tarde. Nada traria sua pureza de volta.